Ser livre humano


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Falar sobre liberdade não é fácil. Mesmo fazendo parte de discussões ininterruptas e frequentes há séculos, ainda hoje esse tema põe em choque teorias de inúmeros filósofos. Qual o seu significado e por que se tem a liberdade como um direito fundamental defendido na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nas constituições de diversos países?
Ser livre apresenta-se num sentido muito amplo, mas tudo se resume a ter autonomia para ser, expressar-se e agir. Sabe-se que o ser humano nasce livre, assim como todos os seres vivos que se encarnam da própria natureza. Porém, ao contrário dos outros animais ele tem a consciência e é livre da prisão chamada "instinto". Assim, pode agir segundo suas vontades.
Por muito tempo, sociedades reprimiram a liberdade de indivíduos. Um exemplo clássico é a repressão dada aos negros africados desde os primeiros contatos com a civilização européia, na forma mais atroz de ausência de liberdade: a escravidão. Ao serem tratados como animais de carga ou simples mercadorias, não sabia o que era vontade: fundamental para a dignidade humana.
Durante a Idade Média, o Tribunal da Santa Inquisição, controlado pela Igreja Católica, provocou a morte de milhares de pessoas, entre elas artistas e cientistas, perseguindo e punindo quem fosse contra os preceitos da época. Felizmente, os valores sociais mudaram no decorrer da história: existe a total liberdade de expressão, ainda que não em todos os países e a igualdade teórica entre "raças".
Porém, valores morais antigos e retrógados ainda privam a liberdade das pessoas de serem quem elas são e agirem segundo sua vontade. É o caso das pessoas de orientação homossexual, que ainda têm medo da reação da sociedade em diversos países onde sofrem violência, não excluindo-se o Brasil. Não poder ser como se é de verdade é como não ser, pois se é outra pessoa além da qual se deveria ser. Logo, sem liberdade a vida é inútil.
A liberdade nunca será plena. Primeiro por que na vida em sociedade deve-se seguir regras: as leis escritas e as intuitivas como a necessidade de trabalhar para sobrevier. Segundo porque, diz Schopenhauer que o homem é escravo de sua própria vontade e sempre haverá aquela impossível de ser realizada.
Com liberdade plena ou não, o importante é que o homem tenha a autonomia para pensar, agir e ser segundo seu desejo, sendo responsável para que não atinja a liberdade do outro. A liberdade faz parte da dignidade do homem, por isso é um dos seus direitos fundamentais.
Christoffer Bresolin

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