"Folia pré-carnavalesca"


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Mais uma para manchar o nome do país lá fora. A greve dos policiais e bombeiros militares na Bahia foi uma folia antes das folias carnavalescas. Mas de onde surgiu esse movimento e por que ameaçou espalhar-se pelos demais estados brasileiros?
A segurança pública sempre foi um setor da administração deixado para trás. Já houve movimentos como em Minas Gerais em 1997, em Alagoas e recentemente em Rondônia, Maranhão, Ceará e Piauí. Contudo, as gratificações e abonos salariais ou foram esquecidos ou não foram levados a sério.

Entre os motivos da dissipação desses movimentos está a própria delinquência de alguns militares, a politicagem que apoia esse tipo de movimento para ganhar apoio político e a própria falta de providências como o atendimento às reivindicações ou punição.
A constituição federal diz em seu artigo 142 que aos militares é vedado o direito de sindicalização e greve ao mesmo tempo que prevê aumentos salariais para trabalhos que envolvam atividades penosas, insalubres e perigosas. E todos sempre esquecem que os membros das câmaras, assembléias e Senado frequentemente aumentam seus gordos salários.
A discussão está em torno da legalidade do movimento.
Sabe-se que a periculosidade da profissão de um policial ou de um bombeiro é altíssima pois envolve risco de vida e às vezes não condiz com o salário recebido por esses trabalhadores.
Até o ex-presidente Lula chegou a dizer que "as categorias profissionais essencias poderiam fazer greve se não recebessem salários essencias." Não haveria todo esse alarme se a greve fosse previamente avisada para a tomada das devidas providências e fosse realizada pacificamente.
Porém, vivemos em um Estado Democrático de direito em que o povo é soberano e a estrutura do Estado deve zelar por suas necessidades, como a segurança. A forma como tudo ocorreu tirou a noção e a razão dos grevistas, que não agiram com ética profissional.
Interrompimento do trânsito, sequestro e incêndio a ônibus, paralização do comércio e o triplicamento das taxas de homicídio causou não só danos financeiros aos comerciantes que esperavam faturar com o carnaval, como também aterrorizou a população.
Conclui-se que providências devem ser tomadas, mas com rigor. A anistia dada a grevista militares até hoje só serviu para impulsionar ainda mais movimentos como esse, que se tornam criminosos. Só assim se aprenderá a reivindicar sem passar dos limites.

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