A sociedade dos leitores mortos


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A sociedade atual vive em uma era de transformação e inovação tecnológica, o computador e outros produtos tecnológicos chegam facilmente a todas as camadas sociais abrangendo quase todas as pessoas do globo. Com o advento dessas maravilhas tecnológicas as pessoas tomaram conhecimento de um caminho “fácil” para visualização de historias através de imagens prontas.

A TV e o computador vieram para justificar a vida dos leitores preguiçosos e dos analfabetos funcionais, lhes dando um produto pronto sem o “esforço” de fazê-lo ou sem sequer entender os mecanismos pelo qual aquele resultado visual é obtido.

A cultura leitora é um habito que deve ser ensinado as crianças em sua formação humana, nos primórdios de sua infância; costumo a pensar que ninguém nasce gostando ou não de ler, a pessoa adquiri o habito e descobre o qual prazeroso e satisfatório pode ser. A leitura pode ser comparada a uma espécie de vicio, saudável é claro, quanto mais você lê mais sentira vontade de ler.

Os livros abrem as portas de um mundo totalmente novo, um mundo surreal, onde o impossível se torna possível e o possível se torna fantástico através de algo chamado imaginação. Imaginação é uma capacidade mental que toda animal possui [o que inclui seres humanos] de criar coisas [objetos, pessoas, animais] segundo características atribuídas a elas pela mente, para criar algo totalmente novo é necessário criatividade.

Criatividade resume todas as qualidades de uma pessoa bem sucedida, em um mundo em que o homem se conecta a tudo e a todos e explora fronteiras espaciais é muito difícil achar algo novo, nunca visto antes, algo diferente, algo... Criativo! É essa criatividade que nos é fornecida pela leitura, a capacidade de imagina, de criar, colocar nossa mente para funcionar e não afundá-la em costumes preguiçosos de imagens pré-determinadas. Preguiçosos sim! Uma pessoa com mais de 12 anos de idade que folheia um livro e diz “não vou ler porque não te gravura”, é um ser completamente afundado na preguiça mental: tem preguiça de pensar e formar em sua mente o universo proposto pelo autor através de palavras, e por esse comodismo, muitas vezes perde ate mesmo a habilidade de imaginá-lo sem uma imagem anteriormente existente.

Não que filmes, novelas, desenhos animados e afins sejam ruins, obvio que não; só não devem ser o “único meio”. Para um exemplo mais atual e realista, podemos citar a obra de J. K. Rowling, Harry Potter. Confesso que o cinema deu uma fama monstruosa ao bruxo adolescente além de torná-lo mais concreto através de seus atores; porém a maioria do seu público não conseguiu entender a historia por completo ou toda magia que ela contem, por estar apenas centrado em seus lançamentos cinematográficos. Os livros, que tem em média 700 páginas, precisam ser resumidos para que caibam em 3 horas [média] de filme, o que faz com que vários detalhes peculiares e enriquecedores da historia passem despercebidos ou sejam ignorados, como o bem bolado Desafio das Poções ou a polêmica sexualidade de Dumbledore, que você só encontra nas páginas da obra de J. K. Rowling.

Crianças que tem o habito da leitura, geralmente tem pais que também são leitores freqüentes; são vividas, espertas, tem uma ótima oralidade, consegue desenvolver com maior facilidade projetos e também executá-los, desenvolvem criatividade que é aplicada em redações, trabalhos e deveres escolares, são curiosas e possuem pensamento rápido, crítico e analítico; características muito visadas em bons profissionais e bons cidadãos, menos suscetíveis a opiniões impostas e as idéias “sugestivas” disseminadas pela mídia. O habito de ler, em todos os âmbitos, amplia nossa visão de mundo e diversifica nossa interpretações de tudo o que se passa ao nosso redor, por isso é tão importante o desenvolvimento de hábitos de leitura; assim podemos ser formadores de opinião dentro no âmbito social e democrático de nosso país. As pessoas acreditam que o abandono de velhos costumes por novos e aprimorados significa um avanço para a sociedade, porém acredito que algumas coisas ainda devem ser feitas “ao modo antigo”, para o bem do próprio ser humano. Todos temem a extinção do cargo professor, mas ninguém se preocupa com a extinção dos escritores, já que não existe profissional sem publico alvo; talvez um ótimo filme para ser o próximo trabalho de Robin Williams seja “A sociedade dos leitores mortos”.

~Harry

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